segunda-feira, dezembro 20, 2010

Tudo numa coisa só

Tenho mil ideias, mas por preguiça ou vergonha, não cumpro boa parte do que meu racional planeja. Já me comprometi em mergulhar em todas situações que eu perceba que estou evitando só por vergonha, mas muitas vezes acabo fugindo pra não enfrentar a boa dose de trabalho, de empenho que seria necessária. O impeto acaba em segundos, sinto que não vale a pena o esforço em cima da hora. Então se venço o instinto na lezeira e na timidez, tudo fica certo? Como estabilizo a mente pra fazer isso?
No filme Human Nature, o cientista manda o macaco fazer exatamente o oposto ao que tem vontade. Isso envolve preguiça, sexualidade, comilança, tudo. O macaco vira um intelectual gentleman, e em seguida fica louco. O instinto tenta nos guiar o dia todo, vindo em fortes fissuras de 5 minutos, pr'uma vida de vontades e derrotas. Não se constrói muito neste mundo mais só fazendo o que vem na cabeça. Então a chave seria pensar muito sobre o que realmente precisa fazer? Mas não funciona, arborizar as idéias constantemente dá uma grande falta de concentração. Se você observar, as pessoas que mais produzem e se concentram, são as que menos param pra pensar sobre o que fazem.. apenas fazem, como se fosse outro instinto em cima do animal. Um que funcionaria desligando tanto o animal quanto o racional, mantendo o foco, o funcional. O tipo de instinto que tanto falam que é o segredo pra bater o penalty de copa do mundo, o transe.
Mas como não pensar em nada? Tenho contas a pagar, pessoas a conquistar, barriga pra encher, se saio da minha cabeça o mundo me devora. O cidadão teria de se sentir seguro pra cair de cabeça no trabalho, na tarefa. Isso envolve estabilidade em todas as esferas da vida, pra dar base a uma consciência focada. Pensar na vida integrada à sua boa função mostra a responsabilidade de resolver as pendências e ser justo com as pessoas em volta. Qualquer livro de auto-ajuda já teria me dito isso, mas eu não percebia a necessidade de jogar a mente fora do corpo pra realizar o máximo. Provavelmente quem errou o penalty foi a vida do Baggio, não a perna dele.
Tenho conhecidos depressivos que racionalizam ideias brilhantes o tempo todo, mas o impeto passa em 5 minutos. Eu nos dias empolgados quero fazer de tudo, e a cabeça ricocheteia. Acho que este tal foco está finamente equilibrado entre depressão e mania, e exije muita energia pra manter tudo andando.
Há uma cena especifica que me ilustra como se daria o full power de função do indivído. Imagine o alinhamento de todos seus problemas resolvidos, os olhos fechados acreditando no mundo que está construindo no que faz, os braços abertos agarrando e unindo os bons momentos com seus semelhantes. Tem que acreditar sim no que está fazendo. Numa culminação rasgante de foco, de transe, faz seu melhor, faz.
Hadou Ken.
E gol.

2 comentários:

deby disse...

Eu sou ele. Sem superego.Ele conseguiu escrever isso. Eu teria preguiça e teria fugido da boa dose de trabalho.

Murilo disse...

Stargazeeeerrsss!!