segunda-feira, março 26, 2012

Academia de mutantes

Percebi uma coisa. Qual o poder da mídia de esquerda, se o textos são longos e ricos, temas aparentemente manjados trazem detalhes fundamentais, mas da a sensação de apresentam dilemas demais para um leigo ter estas lutas como hobby. Não dá liga. O movimento de esquerda basicamente depende de tempo livre de estudo dos membros que tem outras profissões. Se você ignorar a situação atual de que são intelectuais de classe rica que se dispõem a lutar por justiça para os oprimidos, se você extrapolar o movimento de esquerda para o povo todo, o país todo, e sem contar com violência aberta, o tempo livre de trabalhadores espalhados tem como bater o foco e empenho da direita? dos ricos políticos profissionais herdeiros que PAGAM por mãos de obra alienada trabalhando para a direita? Como uma massa de sujeitos livres de boa vontade pode bater uma elite com toda maquinaria de alienação?
O mundo funciona por estatística, mas os grandes passos parecem ser dados por pessoas que se dedicaram mais, cultivaram mais inteligencia naquele aspecto. Então não seria muito necessário a fabricação em maior escala de intelectuais de esquerda? Intelectuais no sentido bruto frio, que sabem mais sobre tudo, que sabem estatística para explicar tendencias coletivas sobre as vagas ideias de livre arbítrio que a mídia de direita cultiva para criminalizar oprimidos. Que sabem sim números de como substituir o petróleo por energia limpa. Que sabem números de indicadores de saúde ao banir-se o cigarro da mídia. Que sabem, profissionalmente, política, temas coletivos. Que ensinem em debates, que tenham efeito local de popstar. Que arrebatem toda politica do mundo democrático. Da onde se tira tanta gente competente e coesa? Da onde se faz um partido profissional?
A militância por hobby não tem dado certo, não se enraíza, não vence a dureza da mídia. O Plínio talvez se soubesse detalhes de todos os assuntos propostos fosse levado a serio, a riqueza de detalhes é que dá a força da idéia, que pinta e semeia a consciência. Estudar tudo não é fácil. O um politico não faz nada sem um mundo de base, e base profissional, além do resto do povo. E vencer eleições ou debates isoladamente não muda nada, vide o Lula isolado, vide o Chavez morrendo sem sucessor. O resgate da humanidade tem q parar de ser feito amadoramente.
Pensando nisso, pularam ideias: formar uma escola de ciências politicas de esquerda, com alta performance e raciocínio logico argumentativo, regime integral e seriedade de conteúdo. Formar base intelectual dura, como se manufaturasse velhos políticos conhecedores de todas etapas da legislatura. Articular bases jurídicas, educacionais de esquerda. Dominar friamente o processo eleitoral pelas vias pacificas e formação de opinião pacifica, SEM GUERRA CONTRA A ELITE. Uma guerra intelectual contra ideias, não contra pessoa alguma.
Problemas de financiamento. Movimentos sociais pagariam a conta? Mas como selecionar estudantes de alta performance? Começar com hype privado entre filhos de classe media alta? FGV do outro mundo possível?
Para manter a coesão de idéias, talvez seja necessário um misticismo (talvez uma artimanha religiosa), um juramento pelo amor ao plebiscito do partido, um bro code envolvendo sangue, por exemplo. Disciplina militar é interessante pra qualquer atividade que não desenvolvimento intelectual. Porque quem recebe ordens e protocolos pára de raciocinar imediatamente.
Talvez um disfarce de religião? Um arco maior de ilusão talvez, atacando direto a competição humana em nível abstrato pra formar uma massa fascista de senhoras religiosas, inclusive que pagassem dizimo (que horrível), que poderia ser confrontada com a realidade aos poucos sem a máquina de direita perceber. Igreja universal da glória social do senhor da justiça coletiva.
Tomar cuidado com a revanche de direita, guerra civil aberta e assassinatos em massa, como? Paramilitares? A questão da violência é difícil, o turning point do povo se rebelar contra forças armadas é dificil de ser alcançado sem a direita matar todos os politizados no processo.. Talvez um arco de confusão de mais de uma vida? Um projeto elaborado de culminação após um seculo, de modo que não seja mesmo contraposto pelos homens ricos, cérebros da direita. Um Illuminati do coletivismo. Soa bem, illuminatoribus (iluminadores), haha. Acho que vai ser o jeito..

sexta-feira, março 16, 2012

There and back again...

To olhando aqui, Guerra dos Tronos (livro 1). Com um aperto no peito, como se fosse uma fraqueza, uma missão falha. Resolvi que so ia tratar do real. Política, saúde, dedicar o tempo puramente com atividades de aperfeiçoamento, que valessem frutos de pessoa melhor e com mais coisas a ensinar e entreter. Larguei video game, literatura fantastica, truco e qualquer coisa de repetição, que não me tirasse do lugar. Nisso virei um vampiro. Meu professor de biologia no colegial alertava numa aula, para nós, que alçávamos vôo nas melhores faculdades do país, tomarmos cuidado com a vampirização. Ele dizia que o estudo abre um caminho que pode ser percorrido em qualquer velocidade. Porém a partir de um certo ponto, fosse começaria a não ter mais coisas em comum com as pessoas normais, iria se tornando um criatura diferente. Ele dizia isso com uma expressão facial terrível, de profunda mágoa, de olhos fundos, voz trêmula. Acabei de ver essa cara no espelho do banheiro. 
Auto promoção? Atenção? Antes fosse.. Antes alguém ligasse. A gente estuda meio seguindo o fluxo de coisas oferecidas, não percebe direito a hora em que o mundo ao redor vira estranho, passa de interessante a infantil, a simples e triste. Dinheiro, beleza, competição por dinheiro e beleza e poder para ter dinheiro e beleza. É um jogo muito simples, porém esmagador. Quem não tem dinheiro fica no gueto, quem não tem beleza fica no underground, quem tem um deles mas queria os dois vira hipster, vira pseudointelectual. É tudo muito simples de olhar. Nas esferas milionárias e nas rastafari, há grupos fechados, territorialismo de machos sobre meninas bonitas, falsidade de felicidade alcoolica. Na verdade está todo mundo bem atento ao jogo, ao proprio grupo, ao proprio espaço, que não de ser invadido. O problema é que uma vez que se fecham na dinâmica da tribo, aparece um conforto temático, uma redundância de temas que, por observação minha, se fundem em áreas de interesse global, de riso universal. -ah, bebi muito aquele dia! -ah, tinha uma mina muito gata! -ah, o subaru leroleroX tem um milhao de cavalos e faz panqueca! -ah, o melhor jeito de ganhar grana eh esse, o salario do meu amigo é tanto! -ah, dei uma correntada na cara dele (eu nao sabia, mas há grupos de menos estudo que papeam das brigas e pessoas que machucaram, quase sempre por olhar pra menina de posse.) Dinheiro, consumo competitivo, mulheres bonitas, violencia. É basicamente isso. 
E pra descontrair, humor! O humor é o pior, é o jeito sociavel de falar as coisas mais horriveis.. Exercite tirar o "hahah" de todo comentario machista, egoista, experimente ignorar o "to brincando" depois de uma hostilidade mesquinha. É muito chocante a quantidade de ódio solto. Eu não acredito em brincadeirinhas há um tempo já. Quem fala brincando tve isso brotando na cabeça e é praticamente a tendência de opinião, é um adiantamento do que diria numa briga, ou pelas costas.Ta bom.. Não interessam os temas, repudio o humor... 
Tem quem se isole. Só que faz muito mal se isolar, dá uma carência visceral de afeto, de tapinha nas costas, de abraço. E outra: simplificando aqui um tese de horas, é preciso resolver e unir a sociedade (comunismo ou melhor) para a ciência e inteligência galoparem com honestidade; então política é a maior fase lenta (química) a ser catalisada para o avanço científico. Então pronto.Você precisa de contato humano, de inteligência, e calha que politica e as questoes atreladas são as mais importantes da ciência humana e precisam ser discutidas. Tá produzido um chato. Pense numa pessoa que em 5 segundos de tédio em grupo tenta vergar a atenção para temas complexos, ou que pára narrativas alheias para protestar contra um aspecto elitista ou homofobico do que está sendo dito. É receita para ser deixado de escanteio. O pior é a cada dia vai aumentando a discrepância, a turma senta pra beber cerveja e você ta lendo a disputa de poder em Uganda, tá lendo as formulas de ruido branco, rosa e marrom. Aí você acha que pessoas de humanas tratam política com muita firula espiritual, e nao exergam as clarezas e tendencias estatisticas de cada acontecimento; vê que grande parte do movimento tem interesses imediatos e no mais só querem fumar maconha. Aí voce acha que as pessoas de exatas desperdiçam toda a ciencia calculando vendas e financiamentos nos bancos, e defendem o mercado falso-livre. Ai voce acha que o pobre oprimido te ouviria, mas ele não entende nem a situação de inércia que vive, não leva a sério um falante de classe media alta, nao sabe nem por que seu trabalho paga pouco, não tem nem tempo livre pra pensar no que você está dizendo. Aí você ataca idéias soltas de meios amigos por aí, uma luta fantasma sem retorno, e te chamam de terrorista social, de hostil. 
Talvez no partido você achasse identidade, mas quantos ali estão pensando e discutindo com o mundo real? Não me dispus ainda por medo de perder a escolha de opinião e interesses e cair no pragmatismo de colar cartazes e viajar para passeatas. Fico com a sensação de que o partido te coloca na posição de grupinho confortáfel e como os leigos, tende a bloquear novos discursos, idéias não hegemonicas do grupo. Quando vejo um comunista de partido demonificando e fechando o diálogo com um playboy cursando economia, fico pensando se percebem que passam mais tempo escolhendo nome de chapa do que estudando novos meios de opiniao e intervenção. A coisa de ser grupo tende a ignorância, paradoxalmente com a solução geral que seria o comunismo sem competitividade. Talvez porque haja competição entre grupos e eles se endureçam.
Logo, desolado, cansado e ainda sim necessitando de afeto, sinto um vazio gigante no peito, uma falta de rumo, uma canseira de ser eu mesmo. Estudar, ler politica, as coisas do mundo real requerem julgamento e reflexao ainda do ponto de vista do eu cansado. Então acaba que todas as atividades que circulei requerem juntas uma boa disposição do coitado. Boa disposição vem nos pequenos momentos em que você observa uma pessoa usando uma linha de raciocínio que voce inseriu dias atrás, são das maiores alegrias. Boa disposição vem com carinho, com cumplicidade, com troca de informação e reconhecimento do esforço. Como tá faltando tudo isso e já é tarde da madrugada, vomitei esse texto ao retirar o volume 1 das "crônicas de gelo de fogo" da caixa de colecionador. Se aqui não to solucionando nada, vamo dar um tempo, em outra terra.. Falou!