segunda-feira, novembro 12, 2007

The Big Boss

Master Yoda: Master Qui-Gon. More to say have you?
Qui-Gon Jinn: With your permission, my master, I have encountered a vergence in the Force.
Master Yoda: A vergence, you say?
Mace Windu: Located around a person?
Qui-Gon Jinn: A boy. His cells have the highest concetration of midi-chlorians I have seen in a life-form. It was possible he was conceived by the midi-chlorians.
Mace Windu: You refer to the prophecy of The One who will bring balance to the Force. You believe it's this boy?
Talento. Grande Potencial. "Esse vai longe". Ótimo pra quem tem. O que é preciso pra ouvir algo assim? Ter de nascer com o dom parece injusto. Um monte de coisa no mundo ja é assim, mas não estamos aqui pra engolir isso. Sempre quis ser líder. Vejo as pessoas, os problemas e o que precisa ser feito, como qualquer um. Fácil? Pois não consigo fazer funcionar. Não gruda, ninguém me ouve, parece que falo grego. Fiquei pensando nos líderes que conheci e no que me falta. A humanidade progrediu com a popularização de boas idéias, ja disse que ninguém está sozinho no mundo, e chupinhar o que outros pensaram é legítimo e fundamental.
Dos meus nove anos, havia o Vinícius, chefe da turminha. Esse era puro talento. Não brigava com ninguém pra mandar mas, por seu bom futebol, seu bom planejamento de abordagem de garotas, sua habilidade de negociar com os gigantes de 16 anos, ele chegou a um ponto que ninguém questionava o que ele dizia. Ele que selecionava os alvos dos nossos ataques, era uma bela máfia que os pais nem ouviam falar, haha. Eu mesmo que sempre parei pra pensar, notava e não reclamava, era um bom trabalho. Seu governo do prédio me proporcionou uma infância com todo tipo de artimanha recreativa, de escalar paredes a destruí-las.
O Conrado, ainda meu amigão, era um pouco diferente. Ele não era tão nato quanto o Vinny, e eu via ele puto com isso muitas vezes. Ele falava com os órgãos externos e ainda é muito criativo, não entendo o que diferia.. bom, talvez o futebol... a única idéia fraca que me vem é dele sendo pouco atleta, deve ser isso. Engraçado, uma característica que parece não muito a ver com tomada de decisões pinta na cabeça assim de primeira, percebe? Vou chegar nisso. Assim, depois que ele começou a tocar violão e liderar a banda da sala ficou bem mais culhudo.
No 3o colegial tinha a Ju, uma loira cor-de-rosa que tinha o diálogo mais aberto com os professores e um bonito sotaque carioca (raro em São José, daí bonito). Acho um bom exemplo de charme pessoal angariando poder, anote aí: seduzir para conquistar.
Já na facul, o primeiro líder que reconheci foi o Pepê, diretor da atlética na ocasião. E por que não alguém do CA, algum professor ou colega mais velho? Pois ele já se apresentava com seguidores em volta, a recepção fica dominada pela atlética, ele tinha até musiquinha pra ensinar. Ponto pra porcada.
Tudo bem, tem o Salvador, que dava a ultima palavra no centro acadêmico. Ele fala manso e sempre foi muito formador de opinião, graduando bons amigos meus. Esse era quintanista, machista, comedor, e outra vez muito bom em falar com as autoridades.
A Tomie, uma reclamona que aprendi a gostar, representante de sala por vontade própria. Como disse no texto do Mahna Mahna, é ouvida por meter pau em tudo, e não acho errado.
O Phil, presidente(agora ex) da Empresa Jr. Ele sim é puro esforço. O Phil começou todo maluco, com boné verde-limão, fala cheia de cacoetes e pouca objetividade. E mudou tudo isso focando absurdamente na empresa e correndo atrás de tudo. Ganhou contatos com todas esferas de poder, conhecimento em processos diversos, teve idéias ótimas e botou a Jr. pra funcionar de verdade, foi style.

Então ja deu pra ter uma idéia. Habilidade superior (mesmo que em campo que não importe), saber falar com pessoas importantes, saber reclamar, criatividade, dar exemplo de trabalho duro, charme pessoal (que inclui falar e ouvir bem), adquirir seguidores, utilizar bem o poder que ja tem, são todas características aparentemente importantes na formação de um bom líder.

Quanto a mim, muitas características minam minhas qualidades e o burro empaca. Olha o drama. Eu faço brincadeiras com tudo, o que tira toda a seriedade do meu discurso, é compulsivo. Fico nervoso ao falar em público, inadmissível. Não despontei como melhor em nada, fico no mediano em quase tudo. Fico subestimando os outros, assim não utilizo bem o trabalho em equipe, e juntamente com a falta de charme, acabo não fazendo amigos nem amigas. Não sei perder, tento mas o carinho por tudo que faço me faz o sangue subir quando falho. À falta de estudo desarma por fim o respeito que já poderia ser contruído na carreira. Pelo menos eu consigo notar esses problemas, imagine os que eu não vejo.
E preciso correr com isso. A faculdade está acabando, a hora de abraçar o mundo teoricamente está chegando, e não mudaremos nada sendo operários (olha o Lula). Penso em fazer gestão em saúde, mas como posso notar por aí, os doutores não vão escutar um mero gestor. Ser um bom médico vai ser a peça-chave pra conseguir juntar uma galera pra fazer algo. Por isso o quarto ano de medicina vai ter de ser sério, pois é minha vida que está em jogo. And:

Tony Montana: Me, I want what's coming to me.
Manny: Oh, well what's coming to you?
Tony Montana: The world, Chico, and everything in it.