quarta-feira, dezembro 22, 2010

Vide acima

Se não estou concentrado em algo, eu canto. O dia inteiro. Quando estou distraído acabo uma e emendo outra. Nesse momento é STARGAZERS. É doentio. Mas gosto, é música, me alegra. Já que nos comunicamos por voz, o canto tem um apelo muito pessoal, é música e comunicação. Falando nisso, preciso levar adiante meu projeto de banda de metal comunista. Bem:
Comecei a gostar de música aos 3-4 anos, na aula de flauta da escolinha. O importante era você sintonizar na melodia e não ouvir a sua própria flauta no meio dos colegas. Daí em diante cantava aberturas de desenho animado, música brasileira. Só descompensou quando ao estudar inglês passei a querer entender-decorar-pronunciar as letras de músicas que antes cantava em embromation. Aí em 2002, quando tardiamente passei a gostar de Metal, a mania deu mais um passo, porque não bastava cantar mais, tinha que rasgar e causar, muito alto! Aí claro, estraguei minha garganta novinha. Não faça isso. Procure um professor de canto se quiser abusar, cantar alto, ou bem. Mas posso dizer umas coisas que percebi, lembrei disso tentando fazer uma amiga cantar a todo custo outro dia.
Tenha ouvido. Não adianta muito cantar se você não diferencia um nota grave de uma aguda. E isso vem com prática e produção. Assobie, cante, toque, tentando ir e vir nos tons pra ficar igual. Você deve ser capaz de imitar uma melodia simples de primeira, assobiando. Pratique raindrops keep falling on my head, tem bons agudos e graves.

Não faça força demais. Se você tiver hernia inguinal, você está fazendo errado. Eu cantava tão forçado nos shows de metal, que era batata, em 1hora estava com uma puta dor de cabeça que piorava a cada gritada. Isso não dá muito certo. Observe no espelho se suas veias do pescoço saltam quando canta, é quando está forçando; olhe no video quando eu forço. Não compita com sua garganta, tem que fazer o ar fluir com menos obstáculo, se concentre em fazer a voz com a garganta relaxada, molinha, vai mudando a forma até acertar o som sem fazer força. Use a barriga, peito garganta boca nariz, deixe o ar passar por tudo leve. Não tenha medo do seu bafo, pra cantar tem que fazer soprar mesmo, senão não sai nada.
Tente cantar com sua própria voz. Imagine que nossa voz não tem alcançe infinito. É um tubo de ar, com sistema de pregas de carne, com um timbre mais ou menos pré definido. O saxofone não sabe fazer som de piano, então não fique se esforçando demais em parecer o Chris Cornell. Eu fico insistindo nisso e me machuco. Não faça isso de rotina, só quando estiver bêbado.

Sobre a sua própria voz. É dificil acha-la, eu nunca achei. Fico mundando de idéia sobre como basear a força da voz e a posição da boca. Comecei pensando no Alladin e no Fantasma da Ópera, como sendo o jeito certo, cantar macio, alto e claro. Ainda acredito nisso, mas só isso não funciona em outos estilos de música, imagina cantar QUE PESCAR QUE NADA sem rasgar a voz.. Aí passei a procurar um jeito de rasgar com mais amplitude. Passei a tentar uma posição tipo a voz do He-Man com sustentação do Pavarotti em La Donna è Mobile. Mas ainda sim tava fazendo muita força. Um cantor me falou pra buscar um boa transição da voz "Chest" pra "Head" (aquela voz fininha que você tem q mudar a garganta), daí comecei a cantar muito macio, mas também não funcionou no metal. Atualmente.. imito um curto YODEL (o do link é fantástico) e parto mais ou menos de onde a voz se posiciona sozinha.
Mais do que outros instrumentos musicais, a voz precisa ser amaciada e usada pra pegar liga. Você realmente vê diferença quando fortalece seu diafragma e passa a respirar com mais controle, vê sua laringe pegando o jeito de fazer mais barulho. É treino.
Vai tentando, faça sucesso!


segunda-feira, dezembro 20, 2010

Tudo numa coisa só

Tenho mil ideias, mas por preguiça ou vergonha, não cumpro boa parte do que meu racional planeja. Já me comprometi em mergulhar em todas situações que eu perceba que estou evitando só por vergonha, mas muitas vezes acabo fugindo pra não enfrentar a boa dose de trabalho, de empenho que seria necessária. O impeto acaba em segundos, sinto que não vale a pena o esforço em cima da hora. Então se venço o instinto na lezeira e na timidez, tudo fica certo? Como estabilizo a mente pra fazer isso?
No filme Human Nature, o cientista manda o macaco fazer exatamente o oposto ao que tem vontade. Isso envolve preguiça, sexualidade, comilança, tudo. O macaco vira um intelectual gentleman, e em seguida fica louco. O instinto tenta nos guiar o dia todo, vindo em fortes fissuras de 5 minutos, pr'uma vida de vontades e derrotas. Não se constrói muito neste mundo mais só fazendo o que vem na cabeça. Então a chave seria pensar muito sobre o que realmente precisa fazer? Mas não funciona, arborizar as idéias constantemente dá uma grande falta de concentração. Se você observar, as pessoas que mais produzem e se concentram, são as que menos param pra pensar sobre o que fazem.. apenas fazem, como se fosse outro instinto em cima do animal. Um que funcionaria desligando tanto o animal quanto o racional, mantendo o foco, o funcional. O tipo de instinto que tanto falam que é o segredo pra bater o penalty de copa do mundo, o transe.
Mas como não pensar em nada? Tenho contas a pagar, pessoas a conquistar, barriga pra encher, se saio da minha cabeça o mundo me devora. O cidadão teria de se sentir seguro pra cair de cabeça no trabalho, na tarefa. Isso envolve estabilidade em todas as esferas da vida, pra dar base a uma consciência focada. Pensar na vida integrada à sua boa função mostra a responsabilidade de resolver as pendências e ser justo com as pessoas em volta. Qualquer livro de auto-ajuda já teria me dito isso, mas eu não percebia a necessidade de jogar a mente fora do corpo pra realizar o máximo. Provavelmente quem errou o penalty foi a vida do Baggio, não a perna dele.
Tenho conhecidos depressivos que racionalizam ideias brilhantes o tempo todo, mas o impeto passa em 5 minutos. Eu nos dias empolgados quero fazer de tudo, e a cabeça ricocheteia. Acho que este tal foco está finamente equilibrado entre depressão e mania, e exije muita energia pra manter tudo andando.
Há uma cena especifica que me ilustra como se daria o full power de função do indivído. Imagine o alinhamento de todos seus problemas resolvidos, os olhos fechados acreditando no mundo que está construindo no que faz, os braços abertos agarrando e unindo os bons momentos com seus semelhantes. Tem que acreditar sim no que está fazendo. Numa culminação rasgante de foco, de transe, faz seu melhor, faz.
Hadou Ken.
E gol.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

"...Então, as eleições, o que são? São um teatro. Oficialmente os eleitos representam o povo. É o que está na Constituição. Na realidade, eles representam perante o povo, são atores teatrais. Mas, com um detalhe: eles não se interessam pelas vaias ou pelos aplausos do povo. Eles ficam de olhos postos nos bastidores, onde estão os donos do poder. É isso que é importante..."
Fábio Konder Comparato, na Caros Amigos de Out/10