terça-feira, abril 22, 2008

Radical Dream

Tinha marcado de falar da belíssima arte nos video games mas achei um texto no youtube de um japonês que exprime quase tudo o que eu quis dizer. Ouça, leia, veja, sinta. É do nosso mundo, e não uma fantasia que se perde.



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Owain Bennalack -
"It's evidence that gaming still occupies a cultural ghetto that Shigeru Miyamoto isn't a household name."

If you know anything about videogame music, you know who Nobuo Uematsu is, and consequently, how every other videogame composer lives under the shadow of his legacy. And that's assuming (probably incorrectly) that you're even aware of this esoteric art form, or even that it is one.

The amazing soundtracks that augment the artistic experience of all legendary videogames are wholly unrecognized as credible music just about everywhere and anywhere one can go outside of Japan. The colossal veil of ignorance shrouding the musical brilliance of the genre nods largely to the disgustingly negative connotation its name carries. Videogame music. Ugh. The title itself isn't a bad one, but any potential awareness the general public can muster is hindered by this fierce prejudicial mentality they've erected, registering and thusly stereotyping all videogame music to be characteristic of the computerized blips reminiscent of oldschool games like Frogger. They remain completely oblivious to the full-scale instrumental repertoires responsible for winning over the hearts of the fans of Final Fantasy and Castlevania. That's the initial reason, at least. Videogame music hasn't been like that since forever, but it feels like that initial ignorance has taken foothold and stemmed over to this generation. Videogame music is much more than just music; it's the keystone upon which the level of escapism a game can offer is dependent on.

You'll invariably find that the most legendary games have legendary soundtracks- the mutual compliment is a beautiful sight to behold. Needless to say, it's absolutely crucial that the respective composers responsible for lifting their videogame's experience to such a height have the compositional talent of a 21st century genius. Lamentably, this currently esoteric form of art is not, and at this rate, will not, be appreciated to its full global deserving. Let's not kid each other here, Motoi Sakuraba, Yasunori Mitsuda, and Nobuo Uematsu have written some of the most brilliant pieces of music to ever grace musical history. I can't confine their skill by comparatively speaking in the frame of the past couple decades, which has given birth to the genesis of videogame music. Sakuraba is my Beethoven, Mitsuda my Bach, Uematsu my Mozart.

With this level of unpopularity, dating back mere decades is more than sufficient lack of exposure for these jewels to be buried to the mere sands of time. That videogame music which predates our generation is sitting treasure waiting to be discovered. I, and anyone and everyone else whom shares a common fire for beautiful music, am trying to keep this amazing music alive, by touching your hearts.

The situation as of now: Nobody gives a left nut who Motoi Sakuraba is. White weaboo girls (and the infrequent yet recurring black-weaboo) probably have the highest perception of Japanese culture, which is quite sad because their perception is altogether defined by looking at pictures of transgendered fags like Miyavi and other visual kei artists to satisfy their strangely fostered sense of bisexuality. They remain the predominant medium of "cultured" Americans regarding Japan's cultural domestics.
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domingo, abril 20, 2008

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Estou com o estômago embrulhado, chorei um tanto, me deu um impeto de contar tudo, e passei por cima dos diversos temas guardados na gaveta. Quando comecei o blog achei que historias de vida se esgotariam em um mês, mas cada vez cavo mais, e tudo tem significado. Pra explicar melhor, vou seguir a ordem cronológica. Previously on LOST.

Não sei quando fiquei tímido. Desde que me lembro, pensava com a cabeça do bem, do capitão planeta, do cavalo de fogo, de que o certo valia um sorriso =) e o mundo ficaria bem. Já estava lá, aquela mania de olhar pessoas e entendê-las como se tivesse que pensar numa solução para todas. E como um espião capturado, os objetos de maior interesse, com os quais gastava maior tempo, me causavam medo, de ser descoberto, de ter que admitir que o eu não me basta. Com meninas muito pior, não cresci com nenhuma, dois irmãos muitos amigos com comandos em ação e um mundo a descobrir. Paixões ansiosas na TV, seria a maria joaquina a culpada afinal?

A primeira que me lembro é a Juliana, um sardenta da pré-escola(5 anos?), e ja não conseguia nem olhar pra ela sem ficar com vergonha, tanto que nem recordo nada além disso. Até os nove, morri de medo da Isabela, Fernanda, da irmã do Ícaro que nem lembro o nome. Era "gostar" que falava. A sensação de gostar de cada uma ainda lembro, frio na barriga com sabor de loira morena, india. Em SJ a mudança do prédio e escola novos, deram uma overdose de janelas a olhar, e queria me enterrar num buraco. Um ano depois (95, 9-10anos), quando senti que baixaram a guarda, ja pesquisava o terreno. Lembro q foi de repente, no início da quinta série constatei aquela sensação. Lembro de virar pra esquerda e olhar pro fundo da sala, e lá estava a menina q me trouxe pro futuro, a Catarina Alvinho.

Via meus amigos gostando de meninas e, como se acompanhando um jogo de futebol, vibrava quando não gostavam dela. Ou quando gostavam e ela empurrava pra outra amiga, nem expliquei o que estava havendo ao meu amigo andré, e como um pinball foi na outra. No flash seguinte a professora de Geo disse: trabalho em grupos de quatro. Levantei antes de perceber o que fazia, agarrei meu gordo amigo pelo braço e fomos até a mesa dela e da amiga escudo, eu disse: -Podemos fazer com vocês? -- Ha, nem sei como, talvez porque minha escola de pinda era adiantada e eu tinha belas notas, só sei que aceitaram com um sorriso. E foi uma das tardes mais marcantes pra minha vida, nós quatro na casa da escudo, de repente filosofando sobre Deus e universo, como qualquer bom 10-anista, olhando para o céu e tomando suco de uva. E viramos bons amigos, até hoje. Mas tinha esquecido da minha tarefa, ter medo. E quando vi, mesmo tão próximo, o medo vinha de dentes na minha garganta quando pensava em dizer o "gosto de voce", muito mais intenso e afiado pelo carinho afetivo. Não tinha plano ou controle algum da situação e das consequências, caminhei em paz tão perto e longe, sem saber a tristeza que eu não merecia. E assim passaram 8 anos, ginasio, colégio, cursinho. Mesmo sem estudar com ela, suspirava quando via que minha melhor amiga da juventude, que conhecia cada traquejo da minha respiração, não me daria um suspiro, nem sabia que devia. Tinha impressão de que seria eu e Deus até o fim, como poderia ser diferente?

Quieto, sonhador, invejoso, excêntrico, no cursinho ninguém saberia de mim não fosse um nome ao lado da nota mais alta de um tal simulado: Vitor Israel. Quem é esse? Perguntaram se eu era o tal, após 2 meses de aula, sim sim. E foi estranho gente que não conhecia olhar e perguntar, comecei a me sentir, mesmo que falsamente, e surgiu uma nova parte da minha personalidade atual, narutesca. Voltei a "gostar" das meninas, primeiro uma gatinha, que jaja será mamãe, depois uma mineira de voz rouquinha que me olhava sem medo, com um interesse diferente. Mas a carga necessária pra virar homem veio com a facul, quando passaram a olhar e me parabenizar onde quer que eu fosse, um avalanche de perguntas de quem sou eu e tinha obtido êxito. Isso malhou meu medinho de porrada de tal forma que eu não sentia mais tanta cautela de pensar os outros e isso seria até importante para minha profissão.

Voltando a São José de alguns meses no espaço, falei com a mineirinha, mas ela estava namorando. Devia ser "mas", porém meu ego continuou conversando e surgiu um cinema. Tudo bem, esse flashback é inédito: tremi o filme todo e dei meu primeiro beijo durante os créditos do Clan das Adagas Voadoras, sim, com dezenove anos, data muito bem escondida e ridicularizada por mim mesmo, nem mesmo a mineirinha fazia idéia, já que sou um talento nato para o cola-beiço (ha huau). Ela só comentou minha avidez pela situação, mal sabia do volume da abstinência. Ela disse que terminaria se eu não a abandonasse e corri cantando pneus. Sim o novo medo do compromisso veio juntinho!

A partir daí, meio que abriu a torneira, a evolução foi exponencial, mesmo com minha personalidade congênita fui chegando e olhando e trazendo pra mim a felicidade que me cabia. Não que isso seja menos ridículo: perdi minha virgindade um mês depois com minha vizinha que pegava 3 caras por minuto, sim eu coube no minuto, pode zoar! Propus namoro a uma menina que ainda tem todas as opiniões diferentes das minhas e é totalmente maluca. Beijei uma pancada de bêbadas e dormi com mais 5 meninas que me deixaram desanimado por: má higiene pessoal; falta de assunto; psicose; fumo; desinteresse; se parecerem demais com a Catarina; feiúra (com licença ms Hypocrisy); inteligência moderada; violência e etc. Fato é que nessa carreira toda não tinha realmente sentido o thrill da Alvinho. Cada experiência foi recheada de diversão e aprendizado, mas sempre estive na defensiva, no controle de mim mesmo e da importância da situação. Achei que estava evoluindo para estar pronto para o real fight. Mas nada disso.

Na semana mais feliz dos ultimos anos, saí com uma amiga, Leila, que há meses achei bonita, depois só legal, depois muito legal, depois os dois. Não achei que era pra mim, muitos fans no orkut e na vida, inteligente e nunca baixa a bola, seria claro, outra Catarina e não queria chegar nesse ponto infeliz novamente. Blasései o quanto pude mas a cada brecha dava aquela coceirinha. Até que um encontro foi marcado. Tremendo frio na barriga e planejamento nunca visto, a teoria encontrando a ação, carreer-threatening match, vai busão. Bom, Ótimo, N sei, Sorriso, Cara séria, em cada piscar de olhos eu tentava tatear o que estava acontecendo, não consegui ser eu mesmo nervoso, naquele pico de telhado que equilibra entre "não ligo não deu" com "pode dar certo, meu deus". Dois encontros, dois finais de dia sem saber se tinha sido bom nem o grau de ironia em tudo que foi dito. Nesta última vez, esta insegurança abriu a guarda para um superkick do medo e lembrei de toda a vida. E pensei que se tivesse dado certo antes seria uma vida totalmente diferente, e o quanto esta oportunidade pode me mudar pra sempre. Sem resposta doeu a barriga e chorei. Está tudo bem mas continuo perdido, sem saber quem manda nesta bendita ilha. É, doctor nerd, tem que mostrar a que veio ao mundo, e enquanto esse bonitão do Sawyer se dá bem, a gente procura nossa Freckles.

terça-feira, abril 15, 2008

Ritchie Blackmore's Rainbow - Temple Of The King


There in the middle of the people
He stands
Seeing, feeling
With just a wave of a strong right hand
He's gone
To the temple of the king!

Que lindo

segunda-feira, abril 14, 2008

Seguro, dê saúde

Hoje aplaudi sozinho um filme q passou na sala de aula, "Sicko" do Michael Moore. O pessoal riu por multiplas razões acho.
1) Vêem que o filme é muito tendencioso e defendem a seriedade no jornalismo ou "documentarismo", seriedade acho que no sentido de só ganhar com a verdade nua, que dar a impressão de que existe bem e mal é muito difícil de relacionar com a realidade. Até concordo que isso é mais aplicável e puro de "viéses", mas acho que a dificuldade e limitação argumentativa que traz, normalmente não vale o esforço, O Príncipe tem certa pressa, eu tb.
2) São contra a opinião do filme, que retrata o capitalismo selvagem na área da saúde que nega atendimento justo a muitos assegurados que caem em micro-cláusulas, como doença venérea prévia (coitada da mulher). Moore sugere que o governo americano está de acordo com os lucros em detrimento do atendimento, apontando doações feitas por seguradoras de saúde a congressistas, discursos bizarros, etc. Alguns da sala ja moraram nos EUA, então pode ser que viveram uma realidade diferente.
3) O autor não estava lá, então whatsthepoint. Oras, aplaude-se a idéia também, de modo que os colegas saibam que é apreciada, não importa se o autor está navegando por aí. Lembra, pensar macro e agir localmente, se não damos boa importância à graça na tela, pois ninguém está olhando então aí que ninguém vai olhar. Hoje mesmo aplaudi a abertura do DVD do Yanni em casa, com sorte meus subordinados ouviram e capturaram o feeling comigo.
4) Não me levam a sério mesmo. Talvez minha fama de fanfarrão continue assolando o quarto ano, já que poucos me viram andando por aí sério, de sapato branco! Assim, talvez meu apluso denigra a imagem do filme por associação. Espero que o bom filme melhore a minha imagem por associação então, será possível gostar das coisas por interesse em que gostem de você? Me sentiria traído pirando numa menina que levianamente escreve "gosto de Whitesnake" no orkut(show dia 7 maio), mesmo porque é dificil saber o nome e não gostar mesmo. E tem a velha história de a máscara se tornar sua personalidade. Mas que eu gostei gostei! Ligou de novo aquela chama de trabalhar pelo coletivo, dando mais gás(Alias, Classical Gas) na minha carreira, pelo menos por hoje.
5) São completos depravados, cabeças de geléia, que riem randomicamente. Só pode ser isso.