sexta-feira, agosto 10, 2012

Musculação e saúde

PARA QUEM NÃO FAZ EXERCÍCIO FÍSICO


1) Atividade física é simplesmente o fator modificável mais importante para a saúde. Além de prolongar a vida média em 2 anos (não fumar dá 5-10), o exercício dá qualidade de vida e AUTONOMIA MOTORA E MENTAL para realmente viver estes anos todos.
2) Ao mesmo tempo que aumenta o apetite, o exercício leva ao maior CONTROLE da saciedade e do impulso de comer, além de melhorar toda a "maquinaria" de queima de gordura e glicose, sendo fundamental para qualquer plano de PERDA DE GORDURA.

3) As principais doenças crônicas controláveis, HIPERTENSÃO E DIABETES, que se não cuidadas reduzem a vida em 5 e 10 anos em média, respectivamente, além de proporcionarem sequelas progressivas incapacitantes, estão intimamente ligadas ao exercício físico para seu controle direto.

4) Os benefícios de REDUÇÃO DE STRESS, atingidos com meditação ou ao ouvir música, podem ser atingidos também com atividades físicas, em que a pessoa pode esquecer os problemas e se concentrar no imediato.

5) O exercício melhora muito a QUALIDADE DO SONO, garantindo boa disposição durante o dia. Evite fazer exericícios até 2 ou 3 horas antes de dormir, pois a adrenalina prejudica o início do sono, e mesmo que se sinta bem no dia seguinte, menos de 7 horas de sono são maléficas para a saúde física e mental.

6) Stress, cansaço e fadiga mental do dia a dia influem nas TOMADAS DE DECISÃO, levando a mais comportamentos destrutivos e antissociais como: beber mais, ser mais rude, postergar afazeres (na prática, leva mais vezes a "ligar o f*-se"). Isto pode dinamitar o SUCESSO PESSOAL E PROFISSIONAL, além de prejudicar ADERÊNCIA a tratamentos de doenças e a novos aprendizados ou planos. O exercício físico atua indiretamente melhorando a disposição de se cuidar e de literalmente correr atrás do que é importante na sua vida.

7) Alguns estudos já apontam que quem pratica exercício tem maiores índices de INTELIGÊNCIA, além de manter a inteligência por mais tempo por prevenir a DEMÊNCIA SENIL E ALZHEIMER. Isto provavelmente pelos mesmos motivos dos músculos: o cérebro precisa de ESTÍMULO, que depende de motivação e disposição, além de um suprimento muito grande de sangue, todos fatores melhorados pela atividade física. Na 3ª idade, a força muscular para sair da cadeira influi fortemente sobre a quantidade de atividades e raciocínios que você realiza.

PARA QUEM FAZ OUTRA ATIVIDADE FÍSICA: A IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO


1) Das modalidades de exercício, sob a óptica da saúde, é difícil superar a musculação. Ao se exercitar, busca-se: melhora cardiovascular, aumento da massa óssea, aumento da força muscular, melhora da coordenação, redução do stress, proteção das articulações, aderência ao exercício por toda a vida, beleza. A musculação engloba todas as necessidades, em maior ou menor grau, sendo imbatível em força muscular e óssea, proteção das articulações, e seguimento durante a 3a idade. Mesmo praticando outros esportes, especialmente focados em cardiovascular e coordenação motora, a musculação se faz imprescindível.

2) Tudo que se faz na vida depende de MOVIMENTO, de atravessar a rua a se levantar para examinar um paciente. E o movimento depende de FORÇA, de músculo. Além de prevenir sua atrofia, o exercício pode potencializar a força muscular. Nisso, a musculação é o modo mais eficaz e seguro de aumentar a força muscular gradualmente, titulando os limites para evitar lesões. Lembre-de de EXERCITAR AS PERNAS, pois além de conter os maiores músculos do corpo para consumir glicose e gordura, as pernas são o cerne da imobilidade que acomete idosos, e sua fraqueza a maior causa de quedas. A vida ativa depende da saúde das costas e joelhos, e malhando somente os braços não se garante nada disso para o futuro.

3) Após os 70 anos, a principal causa de morte do ser humano é QUEDA. Tropeça, cai, quebra o fêmur, fica de cama parado, pega pneumonia e morre. É assim que funciona, todo geriatra sabe disso muito bem. Isto depende fundamentalmente de força muscular e coordenação motora para NÃO CAIR, e DENSIDADE ÓSSEA para NÃO QUEBRAR. Osso precisa de compressão intermitente para se manter forte. Estudos comparando musculação com outras atividades mostra que a corrida ou bicicleta mantém a densidade dos ossos da perna apenas, mas nada da cintura pra cima. Natação e hidroginástica nada. Na musculação a densidade de quase todo o corpo é mantida por muito mais tempo, e sem o impacto nas articulações.

4) Impacto desregrado não pode ser modelo de saúde. Lutar judô ou jogar basquete podem até estimular ossos do corpo todo, mas te deixam sem ombro e sem joelho em poucas décadas. Na musculação, os movimentos controlados, reprodutíveis e sem impacto direto mantêm uma margem de segurança ótima, se supervisionados por profissionais responsáveis. Melhora também a PROTEÇÃO DAS ARTICULAÇÕES para praticar os outros esportes.


Lembre-se: praticamente todos os estudos relacionam longevidade e saúde à FELICIDADE. Ela não pode ser injetada diretamente, mas ser pode ser fruto de fatores mencionados acima, além de retroalimentá-los positivamente! Se exercício, sono e alimentação saudável não couberem na rotina, reveja sua vida e suas prioridades, elas refletem na sociedade, e na saúde de todos!




quarta-feira, julho 25, 2012

Jesuses Vermelhos

É um dilema terrível. Um tanto de gente é oprimida, normalmente a maioria. Todos apontam diferentes motivos pra vida ser ruim. Daí um grupo de pessoas começa a juntar as peças e ver que tem uma elite artificializando todo o sofrimento e escassez para se manter no poder, e travando as possibilidades de mudança, para se manter no topo, mesmo que esta elite seja também alienada e só busque ascensão social sem medir consequencias. Aquele grupo de pessoas tenta mobilizar mais gente, e assim que a elite toma ciência, tenta silencia-los. Este grupo de pessoas já não consegue ficar calada pois compreendeu a realidade maior de todo sofrimento artificial. A elite os mata. O que restam se revoltam mais ainda, formando grupos extremistas, guerrilhas, rancorosos. A elite mantém o poder, e os grupos que enxergaram tudo são popularizados vilões, radicais malucos, comunistas maconheiros, fragmentados.

Por um lado, é absolutamente insuportável engolir calado a politica real, depois que você absorve o suficiente destas verdades. Hoje li uma entrevista do Raul Reyes, lider das FARC morto em 2008 pelo governo Uribe da Colômbia, seguido de outra entrevista com Yasser Arafat, lider palestino morto sob claustro pelo governo israelense, ambas contando o esmagamento dos que lutaram contra estes regimes fascistas assassinos. Ao terminar a segunda, meu estômago revirava, e é sempre assim. Conhecer a política real, de esquerda, faz o sangue ferver de raiva, de amargor contra quase todas estruturas de poder e trabalho de hoje. Conhecer detalhes destas verdades políticas é enaltecedor, nos faz elite intelectual em todas as áreas de conhecimento, mas dá uma carga de raiva tremenda, uma carga que dispara a cada comentário leviano de algum colega alienado. Cada vez que um analfabeto político fala "bandido bom é bandido morto" ou "esses alunos da usp maconheiros fazendo greve com meus impostos" eu só volto a me controlar depois de ja ter discutido por algum tempo, de ter controlado um desejo gutural de ofender o infeliz. A raiva que vem da sensação de a mentalidade da pessoa próxima representar todos os problemas da sociedade é potente DEMAIS, mais do que xingar a mãe, mais do que bater na irmã. Esta raiva me inspira a querer lutar, mudar tudo. Deparar com estúpidos leitores de Veja (não-milionários, com posições que só beneficiam grandes ricos) é o combustível político diário de mais alta octanagem. Esta raiva provavelmente moveu todos revolucionários a pegarem em armas e serem mortos e presos em troca de abrandamento do sistema sobre os mais oprimidos.

Por outro lado, a via raivosa não tem dado certo. Uma vez que todas as vias de poder, conhecimento e opinião pública estão sob domínio da elite financeira, o caminho parece sempre ser a tomada de poder na força, no levante de um grupo oprimido, para então disseminar o conhecimento pelas vias educacionais. Mas isso normalmente acaba em massacre, pois o grau de alienação proporciona justamente a dificuldade de adesão de grandes massas a qualquer movimento, como orquestrado pelas mídias da elite. Os privilegiados intelectuais se sacrificam, e a massa que tanto defendem não tem oportunidade mental de se mobilizar. Então pequenos levantes são quase sempre dizimados contra forças armadas assalariadas. Acabam funcionando quando o levante vem de dentro das forças, como na Venezuela, com todos os problemas de colocar a violência no poder. Já nas discussões pessoais, a hostilização de idéias ou o insulto à inteligência dos alienados teimosos acaba afastando a maioria dos que não têm vínculo pessoal (os que têm vínculo pessoal SEMPRE entenderam e viraram "de esquerda"). Então acaba que as preciosas opiniões dos que mais entendem os problemas do mundo são realmente ouvidas por poucas pessoas. A via raivosa, seja contra governos, seja contra um colega de "direita", não mostra capacidade viral, de se auto propagar, ela é pegajosa e sofrida. São tantas mortes e lutas verbais sem efeito, que é desesperador.

Qualquer partido de esquerda sabe, e o próprio Hugo Chávez tanto insiste, que a revolução duradoura depende do esclarecimento da massa, da difusão das verdades do mundo. A política real depende do povo atuando, com consciência de quem realmente produz o mundo, planta a comida, constrói as casas. De que um homem não faz mais do que outro homem, de que o dinheiro acumulado é falso, de que Maluf e Sarney não têm braço pra plantar nem barriga pra comer de todos os milhões de hectares de suas terras. Apesar de amigos jornalistas condenarem o meu uso do termo "verdade", sinto muita segurança em dizer que o princípio básico de esquerda é ESCLARECER A VERDADE para todos, e da direita MENTIR em benefício de poucos, SEMPRE, desde milênios atrás. Por isso um autor ou revista de esquerda são tão claros de ler e ricos de dados, enquanto os de direita são recheados de ironias e falácias retóricas difíceis de processar. PODE COMPARAR, tente dissertar algo com validade lógica de um comentário do Arnaldo Jabor na Globo, pegue uma caneta e tente achar algum raciocínio sólido com causalidade/efeito e clareza "ecológica/epidemiológica/estatística/macroanalítica".

Qualquer bom professor sabe que amizade com alunos é fundamental para o canal de informação ser estabelecido. Eu já percebi isso há tempos, mas o meu talento para ironia, crítica e raiva dificulta muito o processo de intercambio político. Chega a doer tentar sorrir em discussão com alguns colegas Economistas. E dói mesmo, pois é um contrassenso prezar pela VERDADE científica e política e usar da FALSIDADE para ser amistoso a pobres colegas educados para o mercado. Tenho a consciência de grupo de que a pessoa alienada não tem culpa, o sistema desinforma para ser de direita mesmo, mas na hora da conversa a RAIVA aflora e a FALSIDADE se faz necessária. E remoendo esse sofrimento que me dei conta que talvez esta seja uma luta real e produtiva a ser travada. Não a etapa da falsidade, mas antes dela.

Se a salvação do mundo é o conhecimento real, honesto; se a via da raiva não funciona na difusão em micro ou macro escala; e se a falsidade dói e não convence; então resta mergulhar de cabeça na causa, com visão coletiva. Resta ao "esquerdista" a via da bondade honesta e carismática, paciente, sem truques. Repito, BONDADE, HONESTA. Manter os canais de diálogo fáceis e abertos, manter as posições políticas sem ódio ao desavisado, com visão de longo prazo. Fazer da vida uma jornada pessoal de distribuição de visão e amor sociais. Que nem a de Jesus na historinha, mas esclarecendo que milagres não existem.

quarta-feira, julho 18, 2012

Pro tempo engatinhar

Sou ansioso quanto a por em prática idéias e vontades. Daí que ver dá vontade de fazer, e muitas vezes me pego ouvindo música e planejando como vou fazer pra tocar daquele jeito. Nisso tenho que ficar lembrando, e quero que todos lembrem, que todas habilidades dependem de tempo e dedicação, E BOTA TEMPO NISSO. Realmente não é praticável conhecer vários assuntos ou ter várias habilidades ao mesmo tempo. Quando você treina só sua profissão você senta, estuda diariamente, e funciona, porque as profissões e especialidade estão razoavelmente divididas para o quanto se consegue dedicar de tempo àquele assunto. Ao passo que se você tenta melhorar mais de uma habilidade, dá de cara com o tempo.
2 horas de solfejo melhoram quanto sua técnica, pouco. 2 h por dia sim. 2h de exercicio não trazem saúde. 2h x 3-5 vezes por semana sim. Quantas horas pra ler um livro de cada autor essencial do seu trabalho? E de politica, e de filosofia? E se quiser relaxar e ler ficção, jogar videogame? Simplesmente não dá, mesmo se atendo somente a temas ESSENCIAIS.


Nossa sociedade nivelou cada atividade baseada em quanto um genio dedicado consegue maestra gastando a vida só naquilo. A questão não é se o violão é mais difícil que o piano. O melhor tocador de violão subiu a dificuldade tanto quanto a dificuldade do tocador de piano, mesmo produzindo melodia mais simples. O mesmo seria para um super tocador de apito, ou o melhor tirador de cara ou coroa. O LIMITE ESTÁ NA TÉCNICA ACEITA COMO BOA. E na era do Youtube, a referência é sempre o super asiático tocando Chopin a 150 bpm, ou Starcraft a 100 apm.
Tenho suspeita de que a difusão de belezas e talentos pela mídia seja culpada também por construir uma era da frustração e ansiedade, ou pior, uma era de HIPSTERS ALTERNATIVOS que nem tentam nada pois a Internet fez de todas virtudes TOO MAINSTREAM. Ao mesmo tempo que me lembro de que SER MEDIANO é bem menos frustrante, SER MEDIANO se perde no tempo, não inspira mudança e avanço (coisas que tanto prezo).
Algumas idéias:
- desenvolvo muito melhor praticando diariamente, com ritmo mantido e noites de descanso para raciocinar. Entretanto ha um tempo mínimo pra você esquentar o assunto e avançar na técnica, algumas horas. Já li um estudo de Neurologia em que mostraram que se grava muito mais informações aprendendo em blocos maiores de tempo em dias seguidos, do que uma vez por semana.
- desenvolvo muito mais rápido em atividades prazerosas, e após algumas horas perde-se o prazer no que está fazendo. Gosto de medicina, mas ao atender na mesma sentada o 50o paciente, odeio-a. Então há um conflito entre dedicar horas e manter a vontade.
- mesmo que otimize o método, não dá pra desenvolver muitas técnicas. Entre trabalho e hobby bem feitos, temos cidadãos alienados de todo o resto. Temos gente que faz música e não mais tem tempo de escutá-la, personal trainer que não tem tempo de se exercitar. Há escassez de tempo.

Pra retomar o tempo, vamos ter que mudar várias coisas:

Primeiro a jornada de trabalho, menor, pois já se produz mais do que se consome se não fosse o valor de troca artificial. (Acabei de ver preço de 10mil pra cremar um defunto, porra, deixa que eu tiro uma tarde e enterro.) Já foi estimado que no Brasil 25h semanais seria o suficiente para todos.


Segundo, diminuir o culto ao gênio. Eles têm seu mérito, mas o sonho do prêmio Nobel e o dinheiro de patentes claramente não justifica a competição, alienação e frustração disseminada, além da ineficiência científica de proteger segredos. Se 3 medíocres não conseguirem reproduzir o trabalho de um gênio, o ser humano está obsoleto, da-lhe inteligência artificial e eugenia. E isso ainda não aconteceu.


Terceiro, parar com a hipsteria, a AVERSÃO AO TALENTO MAINSTREAM. Não é porque você não alcança o range da Adele no chuveiro que você tem de ser fã da Amy Vodkahouse, muito menos cultuar indiepop de vocal de 2 notas. Não precisa tocar bateria só porque seu irmão ja toca violão. Não precisa torcer pro Boca só porque todo mundo se comoveu com o Corinthians. É uma PERDA DE TEMPO E TALENTO ficar nesta obrigação de ser especial, ser único. Isso é bobagem pregada aos jovens pra vender roupas desconfortáveis e empregos inúteis, é pseudo-liberdade de pensamento pregada pela MTV. ( defendo muito o direito à dissidência, mas isso não pode ser uma obrigação de ser "do contra", tem que ser caso a caso)


Quarto, começar a ponderar o que é livre arbítrio, e o que são atividades circulares viciantes, como campeonatos de futebol, novelas, 18a oitava temporada do mesmo seriado, final fantasy 40, gracinhas de Facebook. Quando uma balada toma 7h do seu Sábado e foi tudo mediano, e você volta na próxima semana, temos que medir o impacto disso.


E ETC..



quinta-feira, maio 17, 2012

View with a Grain of Sand

We call it a grain of sand,
but it calls itself neither grain nor sand.
It does just fine without a name,
whether general, particular,
permanent, passing,
incorrect or apt.

Our glance, our touch mean nothing to it.
It doesn't feel itself seen and touched.
and that it fell on the windowsill
is only our experience, not its.
For it, it is no different from falling on anything else
with no assurance that it has finished falling
or that it is falling still.

The window has a wonderful view of a lake,
but the view doesn't view itself.
It exists in this world,
colorless, shapeless,
soundless, odorless, and painless.

The lake's floor exists floorlessly,
And its shore exists shorelssly.
Its water feels itself neither wet nor dry
and its waves to themselves are neither singular nor plural.
They splash deaf to their own noise
on pebbles neither large nor small.

And all this beneath a sky by nature skyless
in which the sun sets without setting at all
and hides without hiding behind an unminding cloud.
The wind ruffles it, its only reason being
that it blows

A second passes.
A second second.
A third.
But they're three seconds only for us.

Time has passed like a courier with urgent news
but that's just our simile.
The character is invented, his haste is make-believe
his news inhuman.


Wislawa Szymborska

segunda-feira, março 26, 2012

Academia de mutantes

Percebi uma coisa. Qual o poder da mídia de esquerda, se o textos são longos e ricos, temas aparentemente manjados trazem detalhes fundamentais, mas da a sensação de apresentam dilemas demais para um leigo ter estas lutas como hobby. Não dá liga. O movimento de esquerda basicamente depende de tempo livre de estudo dos membros que tem outras profissões. Se você ignorar a situação atual de que são intelectuais de classe rica que se dispõem a lutar por justiça para os oprimidos, se você extrapolar o movimento de esquerda para o povo todo, o país todo, e sem contar com violência aberta, o tempo livre de trabalhadores espalhados tem como bater o foco e empenho da direita? dos ricos políticos profissionais herdeiros que PAGAM por mãos de obra alienada trabalhando para a direita? Como uma massa de sujeitos livres de boa vontade pode bater uma elite com toda maquinaria de alienação?
O mundo funciona por estatística, mas os grandes passos parecem ser dados por pessoas que se dedicaram mais, cultivaram mais inteligencia naquele aspecto. Então não seria muito necessário a fabricação em maior escala de intelectuais de esquerda? Intelectuais no sentido bruto frio, que sabem mais sobre tudo, que sabem estatística para explicar tendencias coletivas sobre as vagas ideias de livre arbítrio que a mídia de direita cultiva para criminalizar oprimidos. Que sabem sim números de como substituir o petróleo por energia limpa. Que sabem números de indicadores de saúde ao banir-se o cigarro da mídia. Que sabem, profissionalmente, política, temas coletivos. Que ensinem em debates, que tenham efeito local de popstar. Que arrebatem toda politica do mundo democrático. Da onde se tira tanta gente competente e coesa? Da onde se faz um partido profissional?
A militância por hobby não tem dado certo, não se enraíza, não vence a dureza da mídia. O Plínio talvez se soubesse detalhes de todos os assuntos propostos fosse levado a serio, a riqueza de detalhes é que dá a força da idéia, que pinta e semeia a consciência. Estudar tudo não é fácil. O um politico não faz nada sem um mundo de base, e base profissional, além do resto do povo. E vencer eleições ou debates isoladamente não muda nada, vide o Lula isolado, vide o Chavez morrendo sem sucessor. O resgate da humanidade tem q parar de ser feito amadoramente.
Pensando nisso, pularam ideias: formar uma escola de ciências politicas de esquerda, com alta performance e raciocínio logico argumentativo, regime integral e seriedade de conteúdo. Formar base intelectual dura, como se manufaturasse velhos políticos conhecedores de todas etapas da legislatura. Articular bases jurídicas, educacionais de esquerda. Dominar friamente o processo eleitoral pelas vias pacificas e formação de opinião pacifica, SEM GUERRA CONTRA A ELITE. Uma guerra intelectual contra ideias, não contra pessoa alguma.
Problemas de financiamento. Movimentos sociais pagariam a conta? Mas como selecionar estudantes de alta performance? Começar com hype privado entre filhos de classe media alta? FGV do outro mundo possível?
Para manter a coesão de idéias, talvez seja necessário um misticismo (talvez uma artimanha religiosa), um juramento pelo amor ao plebiscito do partido, um bro code envolvendo sangue, por exemplo. Disciplina militar é interessante pra qualquer atividade que não desenvolvimento intelectual. Porque quem recebe ordens e protocolos pára de raciocinar imediatamente.
Talvez um disfarce de religião? Um arco maior de ilusão talvez, atacando direto a competição humana em nível abstrato pra formar uma massa fascista de senhoras religiosas, inclusive que pagassem dizimo (que horrível), que poderia ser confrontada com a realidade aos poucos sem a máquina de direita perceber. Igreja universal da glória social do senhor da justiça coletiva.
Tomar cuidado com a revanche de direita, guerra civil aberta e assassinatos em massa, como? Paramilitares? A questão da violência é difícil, o turning point do povo se rebelar contra forças armadas é dificil de ser alcançado sem a direita matar todos os politizados no processo.. Talvez um arco de confusão de mais de uma vida? Um projeto elaborado de culminação após um seculo, de modo que não seja mesmo contraposto pelos homens ricos, cérebros da direita. Um Illuminati do coletivismo. Soa bem, illuminatoribus (iluminadores), haha. Acho que vai ser o jeito..

sexta-feira, março 16, 2012

There and back again...

To olhando aqui, Guerra dos Tronos (livro 1). Com um aperto no peito, como se fosse uma fraqueza, uma missão falha. Resolvi que so ia tratar do real. Política, saúde, dedicar o tempo puramente com atividades de aperfeiçoamento, que valessem frutos de pessoa melhor e com mais coisas a ensinar e entreter. Larguei video game, literatura fantastica, truco e qualquer coisa de repetição, que não me tirasse do lugar. Nisso virei um vampiro. Meu professor de biologia no colegial alertava numa aula, para nós, que alçávamos vôo nas melhores faculdades do país, tomarmos cuidado com a vampirização. Ele dizia que o estudo abre um caminho que pode ser percorrido em qualquer velocidade. Porém a partir de um certo ponto, fosse começaria a não ter mais coisas em comum com as pessoas normais, iria se tornando um criatura diferente. Ele dizia isso com uma expressão facial terrível, de profunda mágoa, de olhos fundos, voz trêmula. Acabei de ver essa cara no espelho do banheiro. 
Auto promoção? Atenção? Antes fosse.. Antes alguém ligasse. A gente estuda meio seguindo o fluxo de coisas oferecidas, não percebe direito a hora em que o mundo ao redor vira estranho, passa de interessante a infantil, a simples e triste. Dinheiro, beleza, competição por dinheiro e beleza e poder para ter dinheiro e beleza. É um jogo muito simples, porém esmagador. Quem não tem dinheiro fica no gueto, quem não tem beleza fica no underground, quem tem um deles mas queria os dois vira hipster, vira pseudointelectual. É tudo muito simples de olhar. Nas esferas milionárias e nas rastafari, há grupos fechados, territorialismo de machos sobre meninas bonitas, falsidade de felicidade alcoolica. Na verdade está todo mundo bem atento ao jogo, ao proprio grupo, ao proprio espaço, que não de ser invadido. O problema é que uma vez que se fecham na dinâmica da tribo, aparece um conforto temático, uma redundância de temas que, por observação minha, se fundem em áreas de interesse global, de riso universal. -ah, bebi muito aquele dia! -ah, tinha uma mina muito gata! -ah, o subaru leroleroX tem um milhao de cavalos e faz panqueca! -ah, o melhor jeito de ganhar grana eh esse, o salario do meu amigo é tanto! -ah, dei uma correntada na cara dele (eu nao sabia, mas há grupos de menos estudo que papeam das brigas e pessoas que machucaram, quase sempre por olhar pra menina de posse.) Dinheiro, consumo competitivo, mulheres bonitas, violencia. É basicamente isso. 
E pra descontrair, humor! O humor é o pior, é o jeito sociavel de falar as coisas mais horriveis.. Exercite tirar o "hahah" de todo comentario machista, egoista, experimente ignorar o "to brincando" depois de uma hostilidade mesquinha. É muito chocante a quantidade de ódio solto. Eu não acredito em brincadeirinhas há um tempo já. Quem fala brincando tve isso brotando na cabeça e é praticamente a tendência de opinião, é um adiantamento do que diria numa briga, ou pelas costas.Ta bom.. Não interessam os temas, repudio o humor... 
Tem quem se isole. Só que faz muito mal se isolar, dá uma carência visceral de afeto, de tapinha nas costas, de abraço. E outra: simplificando aqui um tese de horas, é preciso resolver e unir a sociedade (comunismo ou melhor) para a ciência e inteligência galoparem com honestidade; então política é a maior fase lenta (química) a ser catalisada para o avanço científico. Então pronto.Você precisa de contato humano, de inteligência, e calha que politica e as questoes atreladas são as mais importantes da ciência humana e precisam ser discutidas. Tá produzido um chato. Pense numa pessoa que em 5 segundos de tédio em grupo tenta vergar a atenção para temas complexos, ou que pára narrativas alheias para protestar contra um aspecto elitista ou homofobico do que está sendo dito. É receita para ser deixado de escanteio. O pior é a cada dia vai aumentando a discrepância, a turma senta pra beber cerveja e você ta lendo a disputa de poder em Uganda, tá lendo as formulas de ruido branco, rosa e marrom. Aí você acha que pessoas de humanas tratam política com muita firula espiritual, e nao exergam as clarezas e tendencias estatisticas de cada acontecimento; vê que grande parte do movimento tem interesses imediatos e no mais só querem fumar maconha. Aí voce acha que as pessoas de exatas desperdiçam toda a ciencia calculando vendas e financiamentos nos bancos, e defendem o mercado falso-livre. Ai voce acha que o pobre oprimido te ouviria, mas ele não entende nem a situação de inércia que vive, não leva a sério um falante de classe media alta, nao sabe nem por que seu trabalho paga pouco, não tem nem tempo livre pra pensar no que você está dizendo. Aí você ataca idéias soltas de meios amigos por aí, uma luta fantasma sem retorno, e te chamam de terrorista social, de hostil. 
Talvez no partido você achasse identidade, mas quantos ali estão pensando e discutindo com o mundo real? Não me dispus ainda por medo de perder a escolha de opinião e interesses e cair no pragmatismo de colar cartazes e viajar para passeatas. Fico com a sensação de que o partido te coloca na posição de grupinho confortáfel e como os leigos, tende a bloquear novos discursos, idéias não hegemonicas do grupo. Quando vejo um comunista de partido demonificando e fechando o diálogo com um playboy cursando economia, fico pensando se percebem que passam mais tempo escolhendo nome de chapa do que estudando novos meios de opiniao e intervenção. A coisa de ser grupo tende a ignorância, paradoxalmente com a solução geral que seria o comunismo sem competitividade. Talvez porque haja competição entre grupos e eles se endureçam.
Logo, desolado, cansado e ainda sim necessitando de afeto, sinto um vazio gigante no peito, uma falta de rumo, uma canseira de ser eu mesmo. Estudar, ler politica, as coisas do mundo real requerem julgamento e reflexao ainda do ponto de vista do eu cansado. Então acaba que todas as atividades que circulei requerem juntas uma boa disposição do coitado. Boa disposição vem nos pequenos momentos em que você observa uma pessoa usando uma linha de raciocínio que voce inseriu dias atrás, são das maiores alegrias. Boa disposição vem com carinho, com cumplicidade, com troca de informação e reconhecimento do esforço. Como tá faltando tudo isso e já é tarde da madrugada, vomitei esse texto ao retirar o volume 1 das "crônicas de gelo de fogo" da caixa de colecionador. Se aqui não to solucionando nada, vamo dar um tempo, em outra terra.. Falou!

sábado, fevereiro 18, 2012

Cocaína na Colômbia


 Os produtores: 
 "Levando em consideração que cada produtor rural possui em média dois hectares de terra, a coca passou a ser o produto com melhor rentabilidade e custo-benefício dessa zona montanhosa, úmida e fria. O mais intrigante é que o exército sabe de todas e de cada uma dessas pequenas plantações, que juntas formam centenas de milhares de quilometros quadrados de cultivos ilícitos." "Outro produto que poderia ser cultivado na região seria o café. Mas a diferença na rentabilidade é muito grande. A primeira colheita da coca pode ser feita depois de 5 meses de semeadas. E depois, a cada 3 meses podem realizar novas colheitas com a mesma produtividade. Já o café conta com apenas 2 colheitas por safra e a segunda já não é tão boa. Por isso, 90% dos produtores optam pela coca. Geralmente, os camponeses não precisam andar muito para vender o requisitado insumo. Atualmente, nessa zona, os preços estão em cerca de 4 reais o quilo de folha de coca." Segundo o líder e autoridade indígena da etnia Nasa'yuwe, Marcelino Yafue, as políticas de substituição de cultivos nunca chegaram as esta região. "-pedimos ao governo que nos ajude com algum incentivo para substituir as plantações. Se houvesse um programa de financiamento, garanto que quase todos os camponeses iriam buscar novas alternativas. O governo diz que não podemos plantar coca, mas não nos oferece uma saída, uma solução efetiva. Não vamos acabar com as plantações de coca e morrer de fome depois.", enfatiza. Grande parte do dinheiro que deveria se rinvestido na substituição dos cultivos foi concedido a grandes proprietários de terras e megaempresários, patrocinadores de campanha e amigos de políticos como o ex-ministro de agricultura do governo Uribe, André Felipe Áreas. 
Combate ao narcotráfico:
 Num município de 30 mil habitantes, havia pelo menos 12 tanques de guerra, 3 mil soldados. Com essa estrutura militar, como é possível que centenas de toneladas de cocaína passem por ali todos os meses? A questão é muito simples. O exército não combate o narcotráfico. A luta é política, e contra a guerrilha. Os narcotraficantes são homens de negócio e não se envolvem nessa briga. "-Você pode perceber que quando divulgam uma foto do exército destruindo um laboratório, nunca aparecem as pessoas que foram presas no lugar. Porque nunca há pessoas presas nessas lugares, tudo é negociado. Eles queimam parte do laboratório, tiram as fotos e se vão." relata a moradora da zona rural de Corinto. "É muito fácil dizer: 'as FARC são os narcos'. Isso serve para política, para a sociedade, para criar uma imagem midiática. Mas a realidade é muito mais complexa. O que fazem é vigiar os cultivos em parte do país e criar uma pequena parte da pasta base de coca, as FARC não criam nem exportam cocaína. Os maiores narcotraficantes são os paramilitares Los Rastrojos, Los Urabeños e o Exército Revolucionário Popular Anticomunista (Erpac). Então as coisas não são como dizem" resume Ariel Ávila, que há 10 anos investiga o conflito armado. Em entrevista pouco antes de ser morto, o líder das FARC, Alfonso Cano, falou do que ele classificou como a luta da guerrilha marxista-leninista para permanecer à margem do narcotráfico. "Não tem sido fácil já que nos últimos 30 anos a Colômbia foi permeada e contaminada, dos pés à cabeça, pelo dinheiro do narcotráfico: as instituições do Estado sem exceções, indústria, setor bancário, o comérico, a política, o agrário, os famosos, as forças militares, a igreja e, em geral, o conjunto do tecido social. O narcotráfico não é problema das FARC. É fenômeno nacional, mundial, e deve ser combatido com estratégias convergentes encabeçadas pelos primeiros responsáveis e também as grandes vítimas desse câncer: os países desenvolvidos" ressalta Cano. A Colômbia produz cerca de 50% da cocaína mundial, movimentando 1 bilhão de dólares por ano, sendo que 97% vai para os EUA, maiores consumidores de drogas do planeta. O que rege as políticas antidrogas ainda é a velha idéia, que vem dos EUA, de atacar com todos os meios militares o narcotráfico. Este combate é seletivo e não ataca, por exemplo, os políticos, grandes empresas, e a tantos que acumulam riquezas financeiras com esse negócio. O Narcotráfico não vai acabar dessa maneira. 

Extraído e reorganizado de reportagem de Fania Rodrigues à revista Caros Amigos de Dezembro de 2011.

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Valsinha

Olhe os solitários


Check this out on Chirbit

Monster Beats

Começaram a me zoar de “o comunista mais consumista do mundo”. Só porque comprei 5 fones de ouvido em um mes.
Veja, a questão do capitalismo, só pra abordar rapidinho, é que você é meio obrigado a comprar varias vezes pra saber a verdade. O mercado esconde quem tem o melhor som o melhor produto, entao vai o bobo compra um fone fechado que tem o baixo poderoso. Dai leio que ele nao define claros. Ai peço pra testar os da loja. Aí testo os da AKG e dou um abraço no vendedor, de tão excelente a qualidade, compro um grande confortavel e um medio, ambos semi-abertos. Ai vou correr na rua com o medio, correndo rapido por causa do Power Metal. Aí pum! um lado fica xoxo, provavelmente por ter pingado suor. Nao fica horrivel, mas parece q morreu o supertweeter, sumiu o “uau” dos agudos. Me desfiz dele. Dai comprei dois intra auriculares, dois pq a Edifier tinham dois modelos diferentes na mesma faixa de preço (80) e eu sabia q um seria pior.. (os pequenos da akg so achei modelos novos por 200 reais dai nao quis). Como previ, um tinha um sonzinho estalido, o outro um belo som encorpado, tinha o emissor bem maior tb. Sem buracos pra entrar suor, e vedando o tecno repetitivo da academia, passei a malhar tranquilamente.
Mas então, usando o grandão no pc percebi que começava a sentir dorezinhas no ouvido apos algum tempinho. Achei mesmo q o grave tava mto grave. Fui equalizar, e ficou feio. Dai fui ler. Bem, acontece que as musicas ja sao balanceadas pra soar como os produtores querem, entao um som de qualidade deve emitir boa qualidade em todas as frequencia sem precisar de equalização. Eu sabia disso mas quando ligava a equalização techno do Winamp, o metal ficava animal!
A questão é filosófica na verdade. Se você botar o volume no talo, se botar 5 chicletes na boca, se quiser beijar com sucção máxima, vai aparentar que está sentindo com mais intensidade. Acontece que este patamar é efêmero, rapidamente sua sensação é ajustada para evitar o excesso e seus danos. O timpano relaxa perante volumes altos, a lingua fica sem graça após sabores demais, a boca fica doendo e perde a sensibilidade apos o beijo desesperado. Nem vou abordar restaurantes “rodízio a vontade”..
O que eu queria sugerir aqui é isso:
1) qualidade de som bom e até as ruim dispensam equalizador ( voce ouve melhor por mais tempo todas as frequencias) ( sugiro fones akg e edifier, alem de caixas edifier no momento)
2) a intensidade da sensaçao é relativa ao estimulo. Tente aprender a sentir mais com menos, traz menos danos a saude e a vida social (no caso de bebedeiras sem limite e dorgas), desligue o equalizador do mundo. Seu ouvido agradece.
Ps: minha audiometria está perfeita, mesmo após um mês de muuuita musica nos fones novos! To reduzindo o volume gradualmente
:)
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