sábado, fevereiro 18, 2012

Cocaína na Colômbia


 Os produtores: 
 "Levando em consideração que cada produtor rural possui em média dois hectares de terra, a coca passou a ser o produto com melhor rentabilidade e custo-benefício dessa zona montanhosa, úmida e fria. O mais intrigante é que o exército sabe de todas e de cada uma dessas pequenas plantações, que juntas formam centenas de milhares de quilometros quadrados de cultivos ilícitos." "Outro produto que poderia ser cultivado na região seria o café. Mas a diferença na rentabilidade é muito grande. A primeira colheita da coca pode ser feita depois de 5 meses de semeadas. E depois, a cada 3 meses podem realizar novas colheitas com a mesma produtividade. Já o café conta com apenas 2 colheitas por safra e a segunda já não é tão boa. Por isso, 90% dos produtores optam pela coca. Geralmente, os camponeses não precisam andar muito para vender o requisitado insumo. Atualmente, nessa zona, os preços estão em cerca de 4 reais o quilo de folha de coca." Segundo o líder e autoridade indígena da etnia Nasa'yuwe, Marcelino Yafue, as políticas de substituição de cultivos nunca chegaram as esta região. "-pedimos ao governo que nos ajude com algum incentivo para substituir as plantações. Se houvesse um programa de financiamento, garanto que quase todos os camponeses iriam buscar novas alternativas. O governo diz que não podemos plantar coca, mas não nos oferece uma saída, uma solução efetiva. Não vamos acabar com as plantações de coca e morrer de fome depois.", enfatiza. Grande parte do dinheiro que deveria se rinvestido na substituição dos cultivos foi concedido a grandes proprietários de terras e megaempresários, patrocinadores de campanha e amigos de políticos como o ex-ministro de agricultura do governo Uribe, André Felipe Áreas. 
Combate ao narcotráfico:
 Num município de 30 mil habitantes, havia pelo menos 12 tanques de guerra, 3 mil soldados. Com essa estrutura militar, como é possível que centenas de toneladas de cocaína passem por ali todos os meses? A questão é muito simples. O exército não combate o narcotráfico. A luta é política, e contra a guerrilha. Os narcotraficantes são homens de negócio e não se envolvem nessa briga. "-Você pode perceber que quando divulgam uma foto do exército destruindo um laboratório, nunca aparecem as pessoas que foram presas no lugar. Porque nunca há pessoas presas nessas lugares, tudo é negociado. Eles queimam parte do laboratório, tiram as fotos e se vão." relata a moradora da zona rural de Corinto. "É muito fácil dizer: 'as FARC são os narcos'. Isso serve para política, para a sociedade, para criar uma imagem midiática. Mas a realidade é muito mais complexa. O que fazem é vigiar os cultivos em parte do país e criar uma pequena parte da pasta base de coca, as FARC não criam nem exportam cocaína. Os maiores narcotraficantes são os paramilitares Los Rastrojos, Los Urabeños e o Exército Revolucionário Popular Anticomunista (Erpac). Então as coisas não são como dizem" resume Ariel Ávila, que há 10 anos investiga o conflito armado. Em entrevista pouco antes de ser morto, o líder das FARC, Alfonso Cano, falou do que ele classificou como a luta da guerrilha marxista-leninista para permanecer à margem do narcotráfico. "Não tem sido fácil já que nos últimos 30 anos a Colômbia foi permeada e contaminada, dos pés à cabeça, pelo dinheiro do narcotráfico: as instituições do Estado sem exceções, indústria, setor bancário, o comérico, a política, o agrário, os famosos, as forças militares, a igreja e, em geral, o conjunto do tecido social. O narcotráfico não é problema das FARC. É fenômeno nacional, mundial, e deve ser combatido com estratégias convergentes encabeçadas pelos primeiros responsáveis e também as grandes vítimas desse câncer: os países desenvolvidos" ressalta Cano. A Colômbia produz cerca de 50% da cocaína mundial, movimentando 1 bilhão de dólares por ano, sendo que 97% vai para os EUA, maiores consumidores de drogas do planeta. O que rege as políticas antidrogas ainda é a velha idéia, que vem dos EUA, de atacar com todos os meios militares o narcotráfico. Este combate é seletivo e não ataca, por exemplo, os políticos, grandes empresas, e a tantos que acumulam riquezas financeiras com esse negócio. O Narcotráfico não vai acabar dessa maneira. 

Extraído e reorganizado de reportagem de Fania Rodrigues à revista Caros Amigos de Dezembro de 2011.

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Valsinha

Olhe os solitários


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Monster Beats

Começaram a me zoar de “o comunista mais consumista do mundo”. Só porque comprei 5 fones de ouvido em um mes.
Veja, a questão do capitalismo, só pra abordar rapidinho, é que você é meio obrigado a comprar varias vezes pra saber a verdade. O mercado esconde quem tem o melhor som o melhor produto, entao vai o bobo compra um fone fechado que tem o baixo poderoso. Dai leio que ele nao define claros. Ai peço pra testar os da loja. Aí testo os da AKG e dou um abraço no vendedor, de tão excelente a qualidade, compro um grande confortavel e um medio, ambos semi-abertos. Ai vou correr na rua com o medio, correndo rapido por causa do Power Metal. Aí pum! um lado fica xoxo, provavelmente por ter pingado suor. Nao fica horrivel, mas parece q morreu o supertweeter, sumiu o “uau” dos agudos. Me desfiz dele. Dai comprei dois intra auriculares, dois pq a Edifier tinham dois modelos diferentes na mesma faixa de preço (80) e eu sabia q um seria pior.. (os pequenos da akg so achei modelos novos por 200 reais dai nao quis). Como previ, um tinha um sonzinho estalido, o outro um belo som encorpado, tinha o emissor bem maior tb. Sem buracos pra entrar suor, e vedando o tecno repetitivo da academia, passei a malhar tranquilamente.
Mas então, usando o grandão no pc percebi que começava a sentir dorezinhas no ouvido apos algum tempinho. Achei mesmo q o grave tava mto grave. Fui equalizar, e ficou feio. Dai fui ler. Bem, acontece que as musicas ja sao balanceadas pra soar como os produtores querem, entao um som de qualidade deve emitir boa qualidade em todas as frequencia sem precisar de equalização. Eu sabia disso mas quando ligava a equalização techno do Winamp, o metal ficava animal!
A questão é filosófica na verdade. Se você botar o volume no talo, se botar 5 chicletes na boca, se quiser beijar com sucção máxima, vai aparentar que está sentindo com mais intensidade. Acontece que este patamar é efêmero, rapidamente sua sensação é ajustada para evitar o excesso e seus danos. O timpano relaxa perante volumes altos, a lingua fica sem graça após sabores demais, a boca fica doendo e perde a sensibilidade apos o beijo desesperado. Nem vou abordar restaurantes “rodízio a vontade”..
O que eu queria sugerir aqui é isso:
1) qualidade de som bom e até as ruim dispensam equalizador ( voce ouve melhor por mais tempo todas as frequencias) ( sugiro fones akg e edifier, alem de caixas edifier no momento)
2) a intensidade da sensaçao é relativa ao estimulo. Tente aprender a sentir mais com menos, traz menos danos a saude e a vida social (no caso de bebedeiras sem limite e dorgas), desligue o equalizador do mundo. Seu ouvido agradece.
Ps: minha audiometria está perfeita, mesmo após um mês de muuuita musica nos fones novos! To reduzindo o volume gradualmente
:)
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